quinta-feira, janeiro 24

Vidro.

E então, depois um longo tempo eu resolvo voltar aqui e postar algo. Não algo que preste, eu ainda não aprendi a fazer isso, mas apenas algo.

Ultimamente eu ando pensando em tanta coisa. Principalmente na fragilidade das coisas. Seja um copo que quebra com uma batidinha sem querer, seja uma amizade perdida ou uma vida que vai sem muita explicação.

E nós somos tão frágeis, tão pequenos. Eu tenho medo. Não da Morte em si, mas nas perdas que vem com ela. E na Morte em todos os sentidos: a morte das coisas, das pessoas, dos atos, do tempo...
É claro, pra algo nascer, algo precisa morrer. Mas não é justo.
Não é justo que algo que você ame se vá. Não é justo que algo que tenha demorado tanto se acabe. Não é justo que as coisas morram.

A vida é injusta. E geralmente são nessas injustiçãs que damos valor. É injusto você morar longe de alguém que você ama, mas se você morasse perto, daria tanto valor à ela?
É injusto que você perca algum amigo ou parente próximo sem ter dito a ele tudo o que queria. Mas se ele não tivesse partido, você não teria percebido e jamais pensaria no quanto aquela pessoa é importante e como você gostaria de dizer isso pra ela.
Acho que só aprendemos "batendo a cabeça na parede", mesmo. Tropeçando, errando, caindo.
Só quando você perde é que você percebe como era bom. Só quando você se vê sozinha é que percebe que preferia a companhia dos outros.

E é só assim, errando que se aprende. (Ou não)

Às vezes eu me pego pensando nas pessoas que me cercam (não só as pessoas presentes fisicamente) e pensando o quanto eu preciso delas e as amo. Penso que eu não sou nada sem eles, que eu preciso deles. Que por mais que eu diga "Eu faço isso sozinha. Eu sei me virar sozinha", no fundo eu sei que não é verdade. Eu não sou porra nenhuma sozinha. Ninguém é. E eu preciso dizer pra essas pessoas que eu as amo, das mais variadas formas, incondicionalmente. Mas nem sempre encontro palavras ou tenho coragem para dizer.
E penso que na hora em que eu estiver morrendo, vou me arrepender de nunca ter feito isso (ou de não ter feito da forma que deveria).
E... não sei, mesmo fazendo toda essa reflexão, ainda não consigo fazer tudo isso. Mas ainda está em tempo (espero!) de fazer tudo isso, um dia. Eu sei, não é certo deixar para amanhã o que se pode fazer agora, mas nem sempre é o momento certo. E acho que pra muitas coisas, o tempo ainda não chegou.